sábado, 9 de outubro de 2010
Vamos passear de guarda-chuva!
Por Pedro Luís & A Parede / Adriana calcanhoto / E claro, Machado de Assis.
Guarda-chuva / Sam Spencer
domingo, 12 de setembro de 2010
SUSTENTABILIDADE
A gente tem ouvido tanto falar em Economia Criativa, em Sustentabilidade e parece algo novo e completamente distante. É como se tivéssemos que nos adequar a um novo mundo, e de fato o é.
No entanto, algumas pessoas já são sustentáveis há séculos. São pessoas que sabem o valor do que seja intangível nas suas relações, nas suas escolhas e no modo de se relacionarem com o mundo. Essas pessoas já estão plantando há tempos o futuro com suas ações, pois já sabiam ou pressentiam o que poderia se materializar ao longo dos tempos, atingindo patamares desejáveis. Com tempos menos sombrios, mais afetuosos, mais leais e menos estressantes.
As fotos acima são um exemplo disso:
É a foto de um cachecol feito a partir de uma blusa de lã que havia sido descartada. A blusa foi desmanchada e a partir dela foi feito o novo cachecol!
Uma idéia simples, mas que contém nela os elementos da sustentabilidade.
sábado, 21 de agosto de 2010
Copan
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter,
E simpatizo com outros pela sua falta dessas qualidades,
E com outros ainda simpatizo por simpatizar com eles,
E há momentos absolutamente orgânicos em que esses são todos os homens.
Sim, como sou rei absoluto na minha simpatia,
Basta que ela exista para que tenha razão de ser.
Do poema Passagem das Horas, Álvaro de Campos, Fernando Pessoa. Extraído do Disco Drama 3°Ato, 1973, Maria Bethânia
sábado, 31 de julho de 2010
Privacidade & Visibilidade
domingo, 9 de maio de 2010
Comunico com carinho e respeito que estou dando uma pausa no blog, faço isso com uma ‘dó danada’, mas é que não tenho tido tempo de vir aqui, e a postagem do jeito que me é possível no momento, não me satisfaz.
Prezo muito o contato com os amigos que fiz aqui e espero ter tempo de visitar, sempre que puder, todos vocês. Mas é que chega um momento em que a gente precisa definir metas e se organizar. Comecei o mestrado na PUC-Rio e preciso me dedicar plenamente. A tarefa exige!!
Deixo, por enquanto esta foto minha, menina ainda, feita num tempo em que a vida era um descobrir horizontes diferentes. Acho que estou neste momento novamente.
Um abraço afetuoso,
LILI
domingo, 25 de abril de 2010
Em tempos de pichação
Pensamento PiXação
por Marcia Tiburi
Para questionar a estética da fachada
A revolta geral da sociedade contemporânea contra a pichação se ampara na hipótese de seu caráter violento. Usarei a expressão pixação, com X, para tentar tocar no X da questão. A estética da brancura ou do liso dos muros, hegemônica em uma sociedade que preserva o ideal da limpeza estética, dificulta outras leituras do fenômeno da pixação. O excessivo amor pela lisura dos muros, a sacralização que faz da pixação demônio, revela enquanto esconde uma estética da fachada.
Toda estética inclui uma ética, assim a da fachada. Fachada é aquilo que mostra uma habitação por fora; pode tanto dar seqüência ao que há na interioridade, quanto ser dela desconexo. É da fachada que se baste por si mesma à medida que lhe é próprio ser suficiente aos olhos. A estética da fachada que defende o muro branco é a mesma que sustenta a plastificação dos rostos, a ostentação dos luxos no “aparecimento geral” da cultura espetacular, no histérico “dar-se a ver” que produz efeitos catastróficos em uma sociedade inconsciente de seus próprios processos.
Nesta São Paulo do começo de século 21 não é permitido cobrir “fachadas” com propagandas e outdoors. A proibição, ainda que democrática, produz um novo efeito de observação da cidade. Tornou-se visível o que se ocultava por trás do “embelezamento” capcioso sobre um outro cenário. A obrigação do padrão do liso é efeito da democracia que, no entanto, flerta com sua manutenção autoritária. É o desejo governamental da neutralidade e da objetividade no espaço público o que deve servir de cenário à vida na cidade. Governar é no Brasil a habilidade de comandar a fachada que na administração paulistana sai do símbolo para entrar na prática mais imediata do cotidiano. A vontade de fachada é, afinal, uma vontade de poder compartilhada por toda a cultura em todos os seus níveis.
A pixação é o contrário do outdoor, ainda que compartilhe com ele a proibição de aparecer no cenário urbano comprometido pelo governo com uma neutralidade que serve à mesma ocultação de carroceiros e outros excluídos. Ampara-se no olhar burguês cego para mendigos e crianças abandonadas nas ruas. Enquanto o outdoor pode se sustentar no pagamento das taxas que o permitem, a pixação não alcança nenhuma autorização, ela está fora das relações de produção. O que o outdoor escondia era muitas vezes a própria pixação, enquanto a pixação não esconde nada, ela é o que se mostra quando ninguém quer ver sendo meramente compreendida como “ofensa” ao muro branco. Anti-capitalista, a pixação não se insere em nenhuma lógica produtiva, ela é irrupção de algo que não pode ser dito. Sem pagar taxas, o pichador exercerá uma espécie de lógica da denúncia. Mas quem poderá perceber?
Não é possível negar o direito ao muro branco ou liso em uma sociedade democrática, na qual está sempre em jogo a convivência das diferenças. O direito ao muro branco é efeito da democracia. Mas a questão é bem mais séria do que a sustentação de uma aparência ou de um padrão do gosto. A pixação é também um efeito da democracia, mas apenas no momento à ela inerente em que ela nega a si mesma. Ela é efeito do mutismo nascido no cerne da democracia e por ela negado ao fingir a inexistência de combates intestinos e velados. A pixação é, neste sentido, a assinatura compulsiva de um direito à cidade. Um abaixo-assinado, às vezes surdo, às vezes cego, pleno de erros, analfabeto, precário em sua retórica, mas que, em sua forma e conteúdo, sinaliza um retrato em negativo da verdade quanto ao espaço – e nosso modo de percebê-lo – nas sociedades urbanas. Espaço atravessado, estraçalhado, pela exclusão social.
A pixação é uma gramática que requer a compreensão da brancura dos muros. O gesto de escrever só pode ser compreendido tendo em vista que todo signo, letra, palavra, investe-se contra ou a favor de um branco pressuposto no papel. O grau zero da literatura é esta luta com o branco. A escrita é combate contra o branco, negação do alvor fanático, como o pensamento é sempre oposição e negação do que se dispõe como evidente, convencional, pressuposto. Por outro lado, a escrita é abertura e dissecação do branco, lapidação do branco pelo esforço da pedra, mas nunca sua confirmação, nunca é a ação da borracha, do apagamento, da camada de tinta que alisará o passado, o que desagrada ver. Sua lógica é a do inconformismo infinito. Imagine-se uma sociedade em que o papel não fosse feito para a escrita, em que as superfícies brancas de celulose não sustentassem idéias, comunicação, expressão, afetos, anseios, angústias. Imagine-se uma sociedade em branco e começar-se-á a entender porque a pixação nas grandes cidades é bem mais do que um ato vândalo que, para além de ser uma forma de violência, define a cidade como um grande livro escrito em linguagem cifrada. O pichador é o mais ousado escritor de todos os tempos. Diante do pichador todo escritor é ingênuo. Diante da pixação a literatura é lixo.
A Cidade como Mídia
Uma leitura da pixação que veja nela a mera ofensa ao branco perderá de vista a negação filosófica do branco que é exercida pela pixação. A pixação eleva o muro a campo de experiência, faz dele algo mais do que parede separadora de territórios. Mais que propriedade invadida é a própria questão da propriedade quanto ao que se vê que é posta em xeque.
A pixação é o grito impresso nos muros. Ação afetivo-reflexiva em uma sociedade violenta que não aceita a violência que advém de um estado de violência. Ela é a marca anti-espetacular, o furo no padrão da falsidade estética que estrutura a cidade. É a irrupção do insuportável à leitura e que exige leitura para a qual a tão assustada quanto autoritária sociedade civil é analfabeta. E politicamente analfabeta.
Em vez do gesto auto-contente, o que a pixação revela é a irrupção de uma lírica anormal. A Internet com seus blogs (horrendos, bonitos, mais bem feitos ou mais mau-humorados) é o seu análogo perfeito. A pixação revela o desejo da publicação que manifesta a cidade como uma grande mídia em que a edição se dá como transgressão e reedição onde o pichador é o único a buscar, para além das meras possibilidades de informar ou comunicar, a verdade atual da poesia, aquela que revela a destruição da beleza, o espasmo, a irregularidade, a afronta, que não foi promovida pela pixação, mas que ela dá a ver. Em sua existência convulsa a pixação é a única lírica que nos resta.
sábado, 17 de abril de 2010
"Quem manda fazer casa no morro"; "Agora eles vão ter aluguel social. Depois vão ganhar uma casa"; "Eu pago imposto e nunca ganhei casa na vida"; "Quem manda vir para cá, deviam ficar lá no Nordeste".
Enfim, me desculpem pela pequenez da palavra, estou apenas reproduzindo algumas das barbaridades que tenho escutado.
A última da vez foi do Arnaldo Jabor, cineasta que se faz de porta voz da Rede Globo (a voz do dono, ou o dono da voz) que anda barbarizado, pois a classe C e D está andando de avião e os aeroportos estão insuportáveis.
Claro que isso é uma resposta à candidata Dilma Rousseff, que declarou que não vai privatizar a Infraero. Até porque se a solução fosse privatização não teríamos mais nenhum problema com o metro, com as rodovias, a supervia e nem com as linhas de ônibus no Rio controladas por empresas e que 'funcionam divinamente'.
Mas, o que talvez mais incomode é o fato dos brasileiros terem conseguido mudar de vida graças à estabilidade econômica do atual governo. Para Jabor e, toda enorme corja, o Governo Lula não passa de uma continuidade do Governo FHC. Ora ora, por que então no fim dos anos 90 a economia, apesar do Plano real, foi pro buraco?!
O que eles tentam inutilmente é fechar os olhos da população para os grandes investimentos e para os esforços em acelerar o crescimento do Brasil e levar este País a ser a quinta maior economia do mundo.
domingo, 21 de março de 2010
Historinha de uma noite
Enfim, acabou que passei a noite tomando drinques e comendo... Hoje acordei com a cabeça rodaaaaando louca pelo teto do quarto. Com uma ressaca chatíssima e uma sensação de que não valeu a pena.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
De bobeira
Espero que todos estejam bem :)
Estou tendo alguns 'dias de bobeira' e, também me dando alguns dias de descanso, o que considero fundamental pras coisas fluirem. Infelizmente, por conta disso tenho me ausentado do blog. Mas, já, já toh voltando com mais gás. ;)
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Pré Carnaval
Do tradicional desfile das escolas de samba, famoso mundialmente, ao chamado Carnaval de Rua que permanece seduzindo multidões, principalmente em Salvador, Recife e Olinda, o carnaval é mesmo uma festa incrível com suas diferentes celebrações regionais.
É claro que o carnaval brasileiro acaba tendo uma mistura de um tudo, os foliões convivem com bumbos e tambores, arruaças e muito barulho, com cordões e as escolas de samba incorporando na paisagem tradições européias, máscaras, adereços e fantasias, como pierrô, colombina e Rei Momo.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Padroeiro do Rio de Janeiro
São Sebastião (França, 256 — 286) originário de Narbonne e cidadão de Milão
Sebastião era um soldado do exército romano por volta de 283 (depois da Era Comum) com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiliano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal.
No entanto, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas. Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), foi depois levado diante do imperador Diocleciano, que ordenou então que lhe fosse espancado até a morte. Mesmo assim, ele não teria morrido. Acabou sendo morto transpassado por uma lança.
Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.
São Sebastião foi também o ícone de várias expressões artísticas. A Pintura há muito o nomeou como modelo de pintores da Renascença.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Fim de ano, início de um novo ano, a chegada do calor de 50 graus no Rio de Janeiro. Fora o corre corre da vidinha moderna que levamos... O que fica é uma sensação de que os dias estão correndo pelos dedos e o tempo - aquele senhor de barbas brancas -já começando de novo a vooaarr.
Tempo para ir ao cinema? Quase nunca.
Praia? Só fui na semana do réveillon
Leituras? Tenho lido apenas na Internet. O objeto livro tem ficado empoeirado na cabeceira
Blogar? Quase não tenho entrado aqui.
Dormir até mais tarde? Nem isso tenho feito
Ai ai ai
Mas, não pensem vocês que estou entediada e sem esperanças com o novo ano. NÃO, na verdade estou a todo vapor e com muita disposição para a alegria, para a novidade do mundo, para as boas oportunidades, e para o que vier...
Um grande beijo e um afetuoso abraço nos meus amiguinhos do blog! :)
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Perto do Sagrado Coração de Maria - Méier
O Méier apresenta duas aparências urbanas distintas a que os moradores chamam de lado de lá e lado de cá, divididos pela escadaria da Estação de trem do Méier.
Em 1991, o Imperator foi transformado em casa de espetáculos, mas encerrou suas atividades em 1995. E todos os demais cinemas do bairro também foram fechados ou transformados em igrejas protestantes.
O bairro é cortado pela Estrada de Ferro Central do Brasil e a história do Méier se confunde com a dos trens. O aniversário da sua estação ferroviária é utilizado como data de fundação do bairro: 13 de Maio de 1889.
Essa é uma imagem antiga da Escadaria que dá acesso aos dois lados do Méier e que passa por cima da Estação de trem do Méier.
Esta já é uma imagem atual da Estação do Méier e de sua escadaria. Pensando, talvez, em dar um conforto para os moradores colocaram esses tubos azuis para proteger da chuva, no entanto alteraram a peculiaridade da antiga Estação.
Outra imagem da escadaria que agora até tem escada rolante, mas que perdeu parte do antigo charme. Fico pensando onde estão as pessoas que defendem o patrimônio do Méier para permitir um acinte desses... Será que a Associação de Moradores não se indignou, ou, de fato, cochilou nesse momento, ou será que pensam que escadas rolantes podem trazer benefícios maiores que possam substituir a preservação de toda a história de vida deste bairro carioca?!
A memória é algo que está completamente arraigado com a vida de todos os moradores que tiveram sua história vivida ali. E por conta disso, não é apenas passado, e sim presente e futuro.
Esta é a Basílica do Sagrado Coração de Maria localizada no 'outro lado do méier', ou seja do lado de lá da estação de trem. A Basílica possui arquitetura mourisca. É é o único templo católico no país com essas características. Construída entre 1909 e 1929 pelo arquiteto espanhol Adolfo Morales de los Rios, o mesmo que projetou o prédio da Fiocruz.
Temos poucas Basílicas no Brasil - mais precisamente temos trinta basílicas no Brasil - na realidade só o Papa pode elevar uma igreja ao status de basílica. A Basílica de Aparecida do Norte é a mais famosa.
O Coreto fica centralizado no Jardim do Méier. Ele é um patrimônio tombado pelo Inepac e ícone do Méier desde 1914.
Pensando nesse cochilo da população do Méier e da sua passividade frente ao Poder Público, lembrei de um outro caso que me deixou igualmente chateada. É que muitas coisas me indignam e na verdade sempre fui assim... quando tinha quinze anos fui síndica da vila de meus pais e fiz um pequeno jardim. Nele nasceu, trazido nas terras que comprei, um pé de amendoeira que cresceu e virou uma linda árvore.
Eu já não residia com meus pais, e um dia recebi um telefonema de minha mãe dizendo que estavam cortando a árvore por uma decisão do síndico junto aos moradores, inclusive com a participação de meu pai na reunião. Não pensei duas vezes, liguei para o órgão competente que na mesma semana multou o condomínio. Inclusive meu pai teve que participar do pagamento da multa.