segunda-feira, 30 de março de 2009

Um Rio que poucos conhecem

O Rio de Janeiro que todos conhecem é bonito, alegre, turístico e ocupado por uma população afável e de classe média. O Rio de Janeiro da Zona Sul. E em determinadas épocas, é o Rio de Janeiro do samba, da Lapa, das escolas de samba. Mas existe no cotidiano um outro lado, o da cidade escondida, onde os moradores são quase sempre pobres e os serviços públicos estão ausentes.
No livro "Cidade Partida", Zuenir Ventura fala sobre o Rio de Janeiro, cenário de uma verdadeira guerra: a da sociedade contra os bandidos. A tese do autor é que incluídos e excluídos, ricos e pobres, dividem a mesma cidade, mas é como se fossem duas cidades distintas.
Na sexta-feira, dia 27 de março levei a Jaciara Marques para conhecer Copacabana, Jaciara tem 46 anos e nunca tinha ido à Praia de Copacabana. E ela sempre morou no Rio de Janeiro em Vila Valqueire, zona oeste do RJ. Achei tão inusitada essa situação, o Rio de Janeiro é uma cidade plural, mas única, decorrente das várias formas de distâncias e encontros estabelecidos no cotidiano dos cariocas, e com isso fiz questão de registrar o momento de Jaciara com Copacabana.




É impressionante como as distinções econômicas e culturais, são manifestas na demarcação de territórios. E isso torna a cidade única devido a um sentimento de identidade carioca, de crença que a cidade, com suas belezas e charme, pertence a todos. O fato de alguns grupos que habitam os espaços formais não reconhecerem esse direito e sentimento não impedem que eles existam.
E de novo lembro-me do livro de Zuenir Ventura que fala de uma guerra cuja solução não consiste meramente em destruir um suposto inimigo, mas em incorporar a massa de excluídos à sociedade fazendo, quem sabe um dia, uma rede tecida pela esperança e pela solidariedade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tendo a alegria como convidada


Hoje, dia 26 de março é meu dia especial, um dia de reflexão e alegria, pois foi o dia que nasci. Dentre as homenagens que recebi desde cedo, abri minha caixa com um e-mail de um amigo muito especial, grande entendedor de cinema, teatro e arte, minha alma gêmea. Um homem educadíssimo, gentil, um verdadeiro “Lorde”, meu querido Jorge Saade, seu e-mail me trazia a seguinte mensagem:
"só fadas transparentes e princesas frágeis transformadas em cisnes não aniversariam, porém...gatas sedutoras, leoas que vencem leões e meninas esbeltas e de belas pernas --estas, querida Lili, estas sim: a cada ano marcam com estrelas o seu dia. Um beijo estalado como só eu sei dar e que a alegria seja sua convidada de honra hoje e sempre."
Então, seguindo o conselho do amigo, que a alegria seja a convidada de honra hoje e sempre na vida da gente!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Contando causo



Estou participando de um blog coletivo com um grupo de amigas...Vcs meus amigos do "Retinas Urbanas" estão convidadissimos pra chegar. É só entrar ler os causos e contar os seus.

Seja bem-vindo e participe dessa festa da memória, da literatura e do prazer de com(viver).

http://contandocauso.blogspot.com/

sábado, 21 de março de 2009

VERÃO

...a chegada do outono e, consequentemente, saída da velha estação nutrida pela força dos versos do Imenso poeta Ferreira Gullar


VERÃO

Este fevereiro azul
como a chama da paixão
nascido com a morte certa
com prevista duração
deflagra suas manhãs
sobre as montanhas e o mar
com o desatino de tudo
que está para se acabar.
A carne de fevereiro
tem o sabor suicida
de coisa que está vivendo
vivendo mas já perdida.
Mas como tudo que vive
não desiste de viver,
fevereiro não desiste:
vai morrer, não quer morrer.
E a luta da resistência
se trava em todo lugar:
por cima dos edifícios
por sobre as águas do mar.
O vento que empurra a tarde
arrasta a fera ferida,
rasga-lhe o corpo de nuvens,
dessangra-a sobre a Avenida
Vieira Souto e o Arpoador
numa ampla hemorragia.
Suja de sangue as montanhas
tinge as águas da baía.
E nesse esquartejamento
a que outros chamam verão,
fevereiro ainda em agonia
resiste mordendo o chão.
Sim, fevereiro resiste
como uma fera ferida.


É essa esperança doida
que é o próprio nome da vida.
Vai morrer, não quer morrer.
Se apega a tudo que existe:
na areia, no mar, na relva,
no meu coração - resiste.
**Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, MA, 10 de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo, memorialista e ensaísta brasileiro.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia de São José

Eu nunca fiz promessa em toda a minha vida, na verdade nem católica sou. Meu pai era comunista e ateu, minha mãe já era espírita kardecista antes de'u nascer e olha que já vou pros 4.2, mas hj me rendi a promessa da fruta pra São José.
É que desde cedo os apelos do santo estão chegando até mim:


1º pela manhã a apresentadora da Tv faz a tal promessa no ar, ela e seu papagaio;


2º à noite passo sem saber em frente a uma igreja lotada e quando vejo, é a igreja de São José. Nessa hora pensei cá com meus botões: ISSO É MUITA COINCIDÊNCIA!!

Fato é que acabei de fazer a promessa e saiu talvez uma das únicas frutas que como: Banana. Ai, ai... Acho que meu pedido vai dar trabalho pra São José e sua falange.

quinta-feira, 12 de março de 2009

*
A iniciação à leitura transcende a simples apresentação das letras e palavras escritas. A iniciação à leitura é como um passaporte.
***
*
Como disse o escritor Bartolomeu Campos Queirós, “O livro é passaporte, é bilhete de partida”. E essa viagem que se faz é essencial para a formação humana de cada indivíduo. Porque ler leva ao gosto, ao prazer, a um mundo de pequeno príncipe, fada azul, bolsa amarela, Sherazade, ao indescritível mundo das letras e imagens multifacetadas.
***
*
E tem mais, é de cedo que a gente começa a gostar...mas o bom da vida é saber que sempre há tempo! Sempre há tempo pra absolutamente TUDO!

quarta-feira, 11 de março de 2009

...como um poema falado

*********************************************************
Hoje me lembrei de uma canção que gosto muito, lembro da Nana Caymmi cantando essa música.
É como um poema falado... é assim que lembro desta canção.

*********************************************************

Fruta boa"
(Milton Nascimento/Fernando Brant)
É maduro o nosso amor, não moderno
Fruto de alegria e dor, céu, inferno
Tão vivido o nosso amor, convivência
De felicidade e paciência
É tão bom...
O nosso amor comum é diverso
Divertido mesmo, até paraíso
Para quem conhece bem
Os caminhos
Do amor seu vai e vem
Quem conhece
Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho
É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida

terça-feira, 10 de março de 2009

...

Clique em cima do recorte de jornal para ficar mais legível.
(fonte http://blogdofavre.ig.com.br/)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Esta foto ainda é da série que fiz no dia que fui ao MAM assistir a expo do Vik Muniz. Foi tirada de uma Intervenção Urbana ou Arte Urbana ou street art na lateral do MAM.

Reparem que a placa de trânsito sofreu uma Intervenção...

sábado, 7 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher


Mulheres ganham 38,5% menos no Brasil


A gente sabe que as mulheres do Século XVIII eram submetidas à um sistema desumano de trabalho, espancamentos e ameaças sexuais, hoje as coisas melhoraram, mas ainda existem muitas reivindicações a serem feitas com relação a melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos.
Segundo a Confederação Sindical Internacional (CSI) o salário médio das mulheres no Brasil seria 38,5% inferior ao dos homens nos mesmos cargos.

O Brasil registra a maior desigualdade de salários entre homens e mulheres numa pesquisa realizada com 300 mil pessoas em 20 países, com o risco desse fosso aumentar com a crise econômica.

O informe também confirma que a qualificação acaba jogando contra as mulheres. Aquelas com mais qualificação educativa sofrem uma brecha salarial maior em comparação com os homens com formação similar.
A diferença de salários aumenta também com a idade. Na medida em que os cargos de mais responsabilidade são atribuídos a pessoas mais experientes, ficam com os homens, com mais anos de serviço.
Sharan Burrow, presidente da CSI, diz existir “discriminação tanto aberta como sutil contra as mulheres no mercado de trabalho e no local de trabalho, de maneira que os empregadores, sobretudo no setor privado, as promovem a postos com remuneração menor”.

sexta-feira, 6 de março de 2009


Foto dos Pilotis do MAM que tirei quando fui ver a expo do Vik Muniz
(ViK Muniz merece uma postagem a parte que pretendo me esmerar e fazer).

O MAM é projeto do arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy, que fez parte da equipe de arquitetos que no fim da década de 1930 projetou o edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde(hoje Palácio Gustavo Capanema) trabalhando junto de Oscar Niemeyer sob a direção de Lúcio Costa e contando ainda com a colaboração de Le Corbusier.

Esses dias numa boa conversa com o Raul Simões na Casa Rui Barbosa soube que o bairro de Marechal Hermes foi projetado pelo Affonso Eduardo Reidy. Lá em Marechal Hermes tem o Teatro Armando Gonzaga inaugurado em 1954 e o paisagismo dos jardins da praça é de Burle Marx (já andei sabendo que este teatro é dono da segunda melhor acústica da cidade).
Marechal Hermes teve sua ocupação planejada urbanisticamente. O bairro criado em 1912 como vila operária apresentava no projeto inicial ruas largas e arborizadas.

Da época, datam a Estação de trem inspirada nas ferrovias inglesas, e hoje é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, uma agência dos Correios, os Hospitais públicos Carlos Chagas e a Maternidade Alexandre Fleming, uma escola profissionalizante (Faetec) e as Municipais Santos Dumont e Evangelina Duarte Batista. Em 1930 foi inaugurado o Cinema Lux.

quarta-feira, 4 de março de 2009

MONA CHAIR


A pintura mais famosa de Da Vinci, Monalisa, foi inspiração para o designer coreano Kwang Hoo Lee desenhar e criar a Mona Chair. O detalhe é que quando não está em uso, a cadeira pode ser dobrada e pendurada na parede como se fosse um quadro.

É muito bem humorada a criação, mas ainda sou daquelas que preferem manter o uso real das coisas. Tipo: cadeira é cadeira, quadro é quadro.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Política e não Políticos

“Quando você não se interessa por política você fica condenado a ser dominado pelos políticos. A melhor maneira de se libertar dos políticos é se interessar por política".

Fernando Gabeira