sábado, 16 de março de 2013

Convite ao leitor



Sete chaves
Vamos tomar chá das cinco e eu te conto minha grande história
passional, que guardei a sete chaves, e meu coração bate
incompassado entre gaufrettes. Conta mais essa história, me
aconselhas como um marechal-do-ar fazendo alegoria. Estou
tocada pelo fogo. Mais um roman à clé?
Eu nem respondo. Não sou dama nem mulher moderna.
Nem te conheço.
Então: É daqui que eu tiro versos, desta festa – com arbítrio
silencioso e origem que não confesso – como quem apaga
seus pecados de seda, seus três monumentos pátrios, e passa o
ponto e as luvas.
(CÉSAR, 2002, p.40)





quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

É preciso ser de vez em quando infeliz


Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar [...]
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja.

Alberto Caeiro / Fernando Pessoa, em O Guardador de rebanhos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


2013 pleno de disposição para a ALEGRIA e para o AMOR.
Saúde, Paz e Sorte, porque ninguém é de ferro, ão é mesmo?!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

As crianças e o mundo das coisas



Dia a dia nega-se às crianças o
direito de ser crianças. Os fatos,
que zombam desse direito, ostentam
seus ensinamentos na vida cotidiana. O
mundo trata os meninos ricos como se
fossem dinheiro, para que se acostumem
a atuar como o dinheiro atua. O mundo
trata os meninos pobres como se
fossem lixo, para que se transformem em
lixo. E os do meio, os que não são ricos
nem pobres, conserva-os atados à mesa
do televisor, para que aceitem desde
 cedo como destino, a vida prisioneira.
Muita magia e muita sorte têm as crianças
que conseguem ser crianças.

Eduardo Galeano.
(A escola do mundo às avessas)

Mesmo diante das contradições e de todos os desafios a serem enfrentados pela sociedade, todas as crianças deveriam ter seus direitos, desejos, possibilidades e sonhos respeitados.
Porque mesmo diante de todas as mazelas e das mais duras realidades, as crianças formam seu próprio mundo das coisas... e mesmo nas condições mais adversas elas não deixam de ser criança.

... A menina da foto sou eu, quando ainda tinha um mundo inteiro de disponibilidades para viver.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

As lavadeiras de Burle Marx







Concluído, após seis meses de restauro, painel de azulejos criado por um dos mais importantes paisagistas brasileiros, Roberto Burle Marx (1909-1994).
Burle Marx, arquiteto de formação, também era artista plástico e habilidosíssimo nos azulejos. O painel foi criado em 1949, com 4 metros de altura e se estende por um muro de 25 metros.
Para a recuperação da obra foi preciso primeiramente lavar todos os azulejos com detergente de pH neutro, quando descobriram que havia sido aplicado, algum dia, uma capa de verniz. Para removê-la foram utilizados bisturis cirúrgicos.
O Painel de azulejos é parte do projeto paisagístico para a então residência do embaixador Walther Moreira Salles, hoje sede do Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro.  A casa tem projeto arquitetônico de Olavo Redig de Campos.
O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro fica na Rua Marquês de São Vicente 476, na Gávea. A entrada é gratuita. A ida ao Instituto vale muito a pena!



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Recuperar preservar prevenir

Em 2010 uma chuva torrencial degradou uma encosta na Gávea dentro da PUC-Rio, para evitar deslizamentos e combater a erosão, em tempo de ocorrer algum desastre, o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) contratou uma empresa de Geotecnia Ambiental para executar ações emergenciais envolvendo a recuperação ambiental.

A equipe composta de alunos e profissionais de Engenharia Civil e Ambiental fez estudos de estabilidade para ver a situação da encosta, através de softwares, e atuaram no manejo florestal, retirando árvores mortas que traziam instabilidade ao local, sendo substituídas por espécies nativas da mata atlântica. 

Dos bambus aproveitados do terreno foram feitas paliçadas, que são estruturas que reduzem a ação erosiva da chuva na encosta. 




A equipe do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas da PUC-Rio fez a limpeza e a realocação das áreas críticas, eliminou o entulho, e abriu covas para recuperar a mata nativa, utilizando adubo e controlando as pragas para a vegetação crescer.



Muito importante no projeto foi a  manutenção da canaleta de drenagem no topo da encosta, perto do Túnel Acústico que estava entupida, danificada e com alguns trechos quebrados. Foi preciso fazer uma obra de recuperação, pois a estrutura da drenagem é a parte mais importante dentro da estabilidade de uma encosta. 

O trabalho de recuperação emergencial durou cinco meses - começou no final de dezembro de 2010 e foi até abril de 2011. Constantemente é feita manutenção para a vegetação continuar a crescer prevenindo contra futuros riscos.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Land Art




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Roma, 1969. Robert Smithson

Uma pedreira de cascalho e terra, em Roma. Smithson lança uma carga de asfalto do alto do penhasco já marcado pelo tempo e interfere com sua pintura de asfalto na natureza.
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Assim como Pollock, que estendeu seu gesto além da tela no cavalete para a tela estendida no chão, Robert Smithson (1938-1973) se distancia da tela levando suas obras de enormes dimensões para remotas áreas naturais.
Suas obras/pinturas acabam por transcender a monumentalidade trazendo uma leitura da grandeza da natureza e consequentemente para os dos danos que o homem tem causado.
Robert foi um dos membros do movimento artístico Land Art. E viveu apenas 35 anos.